Governo Trump proíbe alunos estrangeiros em Harvard, principal universidade americana
22/05/2025
(Foto: Reprodução) Os 6,8 mil estudantes internacionais representam 27% do total de alunos da universidade. Governo Trump proíbe alunos estrangeiros na Universidade de Harvard
O governo americano anunciou nesta quinta-feira (22) uma medida que aumentou ainda mais as preocupações mundiais com os rumos do governo de Donald Trump. Ele proibiu a presença de alunos estrangeiros em Harvard, a principal universidade dos Estados Unidos.
O governo cancelou a certificação do Programa de Estudantes e Intercâmbio de Visitantes de Harvard. Com isso, a universidade não pode mais matricular estudantes internacionais. E os que já estão fazendo cursos terão que se transferir para outras instituições ou perderão a permissão para ficar legalmente no país. Os 6,8 mil estudantes internacionais representam 27% do total de alunos da universidade.
Eduardo Vasconcellos é brasileiro e aluno do curso de Economia e Governo. Ele diz que os estudante não receberam nenhum comunicado oficial de Harvard:
"Há uma tentativa de que a gente viva sob constante medo de que, ao estarmos realizando nossos estudos aqui, a qualquer momento, a gente tenha a nossa documentação revogada".
O Departamento de Segurança Interna acusa Harvard de criar um ambiente inseguro no campus e de permitir que agitadores pró-terroristas cometessem assédio e agressões, inclusive contra estudantes judeus. No comunicado, o governo de Donald Trump também acusa a universidade de hospedar e treinar integrantes de um grupo paramilitar do Partido Comunista chinês.
Harvard nega as acusações, diz que a proibição é ilegal e que vai recorrer judicialmente. Em abril, a universidade processou o governo por tentar impor mudanças no currículo, nas políticas de admissão de alunos e de contratações.
Governo Trump proíbe alunos estrangeiros em Harvard, principal universidade americana
Jornal Nacional/ Reprodução
A principal alegação do governo Trump é que Harvard e outras universidades permitiram atos contra judeus durante manifestações pró-Palestina em 2024. Harvard admitiu falhas e tomou medidas para combater o antissemitismo. Mas o governo foi além: exigiu o fim dos programas de diversidade e inclusão e acesso a informações sobre alunos e professores. Harvard não aceitou e já sofreu cortes de US$ 4 bilhões em verbas federais. A universidade é a instituição de ensino superior mais antiga do país e uma das mais prestigiadas do mundo.
Depois do anúncio desta quinta-feira (22) do Departamento de Segurança Interna, Harvard divulgou uma mensagem dizendo:
“Estamos totalmente comprometidos em manter a capacidade de receber os estudantes e acadêmicos internacionais, vindos de mais de 140 países, que enriquecem imensamente a universidade e esta nação”.
O semestre letivo termina na semana que vem, e os brasileiros entram em férias apreensivos:
"A nossa expectativa é de que essa medida seja parada na Justiça e que nós possamos voltar em agosto", diz Eduardo Vasconcellos.
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